segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Prezad@s Companheir
@s do Bem!!


A Rede de Mulheres está reunida neste momento com o Ministério Público para discutir encaminhamentos do Seminário de Políticas de Creche!

Juntas somos mais fortes e podemos fazer a diferença na vida de muitas mulheres e crianças!!

Participe você também!

Axé!!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Relatório Seminário de Políticas de Creche - Parte IV


A Segunda Etapa do Seminário de Políticas de Creche abordou os seguintes assuntos:


Uma abordagem sobre Política de Creches

Sra. Ligia Margarida Gomes de Jesus - Rede de Mulheres

Sra. Jussara Rosa - FIEMA

Sr. Manoel Gonçalves - Secretaria de Educação



A mesa iniciou uma fala sobre Políticas Educacionais pontuando que como as políticas são denominadas “públicas”, devem atingir todo o público. As políticas definem o que fazer para o público, como fazer e quais recursos utilizar. O governo tem a responsabilidade de garantir que essas políticas beneficiem efetivamente a todas as camadas da população.

Segundo o IBGE, a oferta de creches não atende a demanda da população. Portanto podemos nos basear em leis que dão suporte a sociedade civil a cobrar do governo a realização das políticas necessárias para existência de uma educação pública de fácil acesso e de qualidade.


Estas leis estão formalmente oficializadas na:

  • Constituição Federal de 1988.
  • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.
  • Plano Nacional de Educação (2001-2010).
  • Parâmetros Curriculares Nacionais (1997).
  • Fundeb (2007).
  • Plano Plurianual (2004 /2009).

"A Políticas de Creches é necessária e é direito de todas as crianças, inclusive as crianças com deficiências"

Ligia Margarida

Foi ressaltado que a sociedade precisa se organizar e lutar por este direito, todos nós temos que advogar pelo bem-estar de nossas crianças!

As principais ações para a efetivação da educação pública de qualidade:

  • Reforma Educacional
  • Controle Social: acompanhamento, observar a marcha, a evolução, monitorar
  • Controle: fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, ou sobre produto, etc. para que tais atividades, ou produtos, não se desviam das normas preestabelecidas.
  • Social: Próprio dos sócios de uma sociedade, comunidades ou organizações.

É a participação da sociedade no acompanhamento e verificação da execução das políticas públicas, avaliando objetivos, processos e resultados, e demonstrando, uma preocupação real com a situação das nossas crianças que realmente vai fazer a diferença!

É necessário que não só as discussões de mulheres negras e das periferias avancem, mas que todas as discussões sejam avançadas, esse é o nosso objetivo, que a sociedade civil enquanto uma entidade cívica e apartidária possa exercer o seu poder.

A mesa da continuidade falando sobre a capacidade do exercício da cidadania enquanto poder. E destaca que todo o cidadão e cidadã têm que participar e tomar conhecimento de todas as situações, acontecimentos em nossa sociedade. Se não tomamos con

hecimentos as políticas não avançam e a corrupção au

menta.

O FIEMA é um fundo municipal da prefeitura de Salvador para o desenvolvimento humano e inclusão a educação de mulheres afrodescendentes. Realiza projetos e discussões nas temáticas de raça, autonomia, empreendedorismo, saúde do corpo, violência e educação formal de mulheres. O FIEMA vem trabalhando em parceria com instituições de ensino para inclusão da mulher negra na educado formal. Adicionalmente o FIEMA trabalha em parceria com instituições para a realização de projetos.


Financiamento Público das Creches

Dra. Célia Oliveira Sacramento

De onde vêm ou podem vir os recursos para viabilizar as Creches comunitária

s?

  • Recursos, doações;
  • Anônimos; Comerciantes; Mães e pais; tem Creches que muitas vezes, o recurso é a aposentadoria da dona da Creche.
  • Creches Comunitárias com financiamento público FUNDEB.
  • Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e valorizações profissionais da Educação. FUNDEB - É um fundo de natureza contábil, instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro 2006.
  • Os recursos devem ser aplicados na manutenção e desenvolvimento da educação básica pública.

Composição FUNDEB: ITCMD, IPUA, ITR, FPM, FPE, ICMS, IPIEXP, LC. Uma parte dos tributos, ou seja, do lucro dos comerciantes, uma parte são repassado como tributo ao governo.

O Fundo Pró – Infância tem como objetivo incentivar e facilitar à participação da sociedade na arrecadação de recursos destinados as instituições de apoio ás crianças e adolescentes, em situação de risco social. As instituições são legalmente cadastradas e com projetos aprovados nos conselhos dos direitos da criança e do adolescente, sejam municipais, estaduais ou federais.

Objetivo “prestar assistência financeira, em caráter suplementar, ao Distrito Federal e aos municípios que efetuaram o termo de adesão ao plano de metas compromisso, todos pela educação.

O Pró – Infância: Entre 2007 e 2008, investiu na construção de 1021 escolas. Em 2009 passou a repassar recursos para as equipes de escolas em fase final de construção. Em 2010, foram celebrados convênios para a construção de 628 escolas.

O financiamento da educação pública é instrumento fundamental para a redução das desigualdades sociais no Brasil, precisamos estar atentos pois as principais fontes de rec

ursos para educação, provêm da arrecadação de impostos.

Foi discutido que existe um preconceito e resistência dentro das secretarias em atender as demandas das creches comunitárias, mostrando uma postura racista em relação as Creches Comunitarias devido a cor e classe social de seus usuários.


Efetivação do Direito à Creche - Levantamento de Problemas e Soluções

Representantes da Sociedade Civil - Participantes do Seminário

Dra. Cintia Guanasses - Ministério Público da Bahia

Sra. Viviane Ermida - Coordenadoria Ecumênica de Serviço- CESE


A mesa traz que o Ministerio Público tem um papel fundamental na garantia dos direitos das população, precisamos usar mais esta ferramenta para cobrar a responsabilidade do Estado. A sociedade escolhe os governantes e, portanto tem o direito de participar, de todos os processos, inclusive de

cobrar judicialmente políticas e ações que nao estã

o sendo implementadas. Existe no Ministério Público, um grupo chamado JESAU, de atenção a saúde, onde a sociedade pode fazer reclamações como ex: Erro médico, descaso no atendimento, etc.

A CESE traz a importância de valorizar, os movimentos sociais e esta disponível para ajudar pequenos projetos como seminários e conferencias que ajudam a comunidade a participar mais ativamente nas questões sociais e políticas, e também dando suporte a sociedade civil para cobrar do Estado às implementações necessárias para garantir o mínimo e necessário para uma vida saudável e digna.


Levantamento de Problemas:

1. A situação de crianças expostas a violência das ruas, ao trafico de drogas, prostituição e inclusive a morte devido muitas vezes a falta de um espaco saudável onde possa desenvolver todas as suas potencialidades como indivíduo.

2. A creche e um requisito básico para o empoderamento das mulheres, precisamos garantir este mínimo necessário para a autonomia pessoal e económica das mulheres negras e da periferia.

3. Foi citado que a creche alem de ser um lugar seguro e educacional, esta diretamente relacionado a saúde das crianças, muitas crianças sofrem com a desnutrição, ficando mais sucesptivel a doenças e a morte em decorrência disso, o que vem acontecendo muito nas periferias.

4. Existe demanda de Creches à noite, como podemos facilitar a discussão e a implementação do funcionamento das creches à noite?

5. Estas questões estão também ligadas a um preconceito racial, sendo que a maioria da população e das crianças que necessita de creche na periferia e negra e não esta tendo seu direito atendido. A creche e também uma questão de igualdade racial de direito a educação, saúde e segurança.


Encaminhamentos:

  • Realizar um diagnóstico e mapeamento de Creches Públicas e Comunitárias, pois a sociedade é corresponsável pela implementação de políticas públicas
  • Analisar na Conferência Municipal de Mulheres o organização da copa está propondo para as mulheres
  • Facilitar uma maior proximidade do Ministério Público (Infância Juventude) com as escolas e comunidades, para identificação de falhas e demandas na prestação de serviço público, e consequente reclamações e denuncias.
  • Discutir a legalização da função de cuidadores/professoras que trabalham em Creches, juntamente com o Ministério do Trabalho.
  • Facilitar maior visibilidade para a discussão sobre Políticas de Creches na Mídia
  • Estudar junto com o Ministério Público uma possível ação civil para o cumprimento da legislação de Creches.
  • Estudar com o Ministério Publico as vantagens e desvantagens da Municipalização das Creches
  • Organizar um órgão que faça o apoio logístico das creches comunitárias
  • Exigir que todas as creches que virão a ser construídas e as existentes sejam fisicamente e pedagogicamente acessíveis a crianças com necessidades especiais.

Estaremos reunidas com o Ministério Público na terça-feira dia 30/08/2011 para discutir os encaminhamentos do Seminario.

Fiquem ligad@s!!! Precisaremos muito da participação de tod@s para vencermos esta luta!!


Um forte abraço,

Rede de Mulheres


terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Papel Social das Creches e a existência saudável das Creches Comunitárias


Relatório do Seminário de Políticas de Creche - Parte III





A luta pela existência da creche pública agrega muitos benefícios para toda a sociedade. Entre estes benefícios estão: a autonomia das mulheres, a garantia dos direitos das crianças a proteção, educação, segurança e saúde, a garantia dos direitos dos trabalhadores e principalmente o forte potencial de redução da pobreza, da desigualdade e consequentemente da violência. 

O argumento de que o momento mais oportuno de se quebrar o ciclo de pobreza e maximizar a saúde, a educação e o potencial econômico de uma pessoa é na infância já foi internacionalmente reconhecido  e nacionalmente confirmado pela Presidenta do Brasil Dilma Roussef: “A raiz da desigualdade está na creche. Nela, a criança de uma família de classe baixa ou média tem acesso a todo tipo de estímulo e alimentação de qualidade. Ter uma política de creche é ter uma política educacional, não é uma política pura e simples de assistência social”

Além disso, a importância de experiências e relacionamentos nos primeiros anos de vida para o aprimoramento do desenvolvimento humano e melhora da capacidade da criança de se tornar um adulto educado, socialmente saudável, e economicamente ativo já foi reconhecida por muitos políticos, profissionais, e lideranças governamentais.  



Seminário Política de Creches realizado em 22/07/2011
Apesar desses fortes benefícios para as crianças, para a sociedade e para o fortalecimento do bem mais precioso deste país, o capital humano, apenas recentemente a Política de Creches no Brasil começou a receber a atenção que todos nós brasileiros merecemos, ainda assim, estamos muito distantes do cenário ideal. No Brasil atualmente, apenas 16,91% das crianças de 0 a 3 anos frequentam esta etapa do ensino, similarmente após uma pesquisa que a Rede de Mulheres realizou em Salvador aproximadamente  16,57% do total de crianças de 0 a 4 anos frequentam creches (Link: Todos pela educação

As creches devem funcionar numa dimensão educativa, social e cultural para que possa favorecer o desenvolvimento pleno da criança, o seu direito à cidadania e realmente atender às demandas de pais, mães e comunidade. É necessário que na execução da Política de Creches, se estude as necessidades de seus usuários e profissionais da educação. Por exemplo, existe na sociedade demandas de funcionamento das creches no período noturno, nas férias e durante o carnaval. Que tipo de planejamento é preciso ser analisado para que estas demandas sejam atendidas ou eliminadas a longo prazo?  


Um outra demanda particular da comunidade é a existência saudável das Creches Comunitárias que surgem como um alternativa da própria população para tentar amenizar o problema de falta de vagas nas creches municipais e para a própria sobrevivência de muitas famílias. A comunidade demanda que o governo cumpra com o seu papel de parceiro e dê todo suporte necessário a existência de um ambiente físico, pedagógico e nutricional mínimo para um desenvolvimento pleno e saudável. A ausência de  discussão com a comunidade sobre a situação das Creches Comunitárias e a visível omissão sobre as condições nas quais parte de nossas crianças estão vivendo, mostra uma acomodação política e falta de seriedade no que se refere a saúde social de nossas crianças. A creche Comunitária porém não pode se transformar em uma responsabilidade a mais da comunidade, que já tem muitos outros problemas sociais dos quais se responsabiliza pela ausência do Munícipio e do Estado na consolidação de políticas públicas principalmente nas periferias da cidade.
 

Pesquisa realizada pela Rede de Mulheres em Junho de 2011
Desta forma, nós precisamos estar atentas a importante conquista que é a creche pública para o movimento social, na medida que garante o direito da mãe e pai trabalhador a ter seus filhos afastados da rua e em um lugar seguro, porém ela é principalmente um instrumento de forte inclusão cultural, social e racial da criança que em sua maioria é pobre e negra.  

O papel social da creche não está somente na possibilidade de produzir crianças que não são traficantes, trombadinhas, alcoólatras ou violentas, mas também na possibilidade de que crianças nascidas em ambientes desfavoráveis possam desenvolver suas potencialidades como sujeito e mudar seu destino marcado por uma exclusão histórica de seus antecessores. 
O sucesso de muitas crianças está em nossos mãos! Vamos discutir soluções efetivas para a execução da Política de Creches em Salvador dia 12/08/2012 às 8h na Faculdade Dom Pedro II. 
Um grande abraço a tod@s!! 
Muito Axé!!! 
 

domingo, 7 de agosto de 2011

5 anos da Lei Maria da Penha!

Neste dia 07 de agosto de 2011 em que a Lei Maria da Penha completa cinco anos de existência, os equipamentos de Proteção à Mulher principalmente aqueles localizados nas periferias de Salvador sofrem de um sucateamento crônico pois não possuem os recursos humanos, materiais, e a humanização e qualificação necessárias para atender mulheres vítimas de violência e fazer valer a Lei Maria da Penha.

O efetivo funcionamento  destes equipamentos de proteção é crucial para que mulheres vítimas de violência tenham mais credibilidade e confiança de que sua queixa será prontamente atendida, de que ela estará amparada e protegida e seu agressor não ficará impune. 

Infelizmente, a violência contra a mulher negra e da periferia não é tratada como prioridade no governo atual.  Uma mulher de classe alta recebe um tratamento diferenciado, assim como, tem recursos pessoais e financeiros que permite com que a mesma evite, vivencie e se recupere da situação de violência com conforto e segurança. 

Muitas mulheres que sofrem violência precisam de um trabalho de conscientização para não aceitar a violência por medo, por razões emocionais e psicológicas, ou por causas religiosas pois, a maioria dos homens é verbalmente e  psicologicamente violento antes mesmo de se tornar fisicamente violento. Muitas vezes nós precisamos enxergar esta realidade com antecedência e não nos colocar em risco. 

No entanto, muitas mulheres apesar de viverem constantemente sob a ameaça de morte e com medo de denunciar seu agressor, não tem como não se colocar em risco, por não tem como sustentar a si própria e a seus filhos economicamente, pela falta de equipamentos de proteção que ofereça mais segurança a mulher agredida e ameaçada de morte, e pela existência da impunidade e consequente possibilidade de retaliação do agressor. 

Em poucos casos de enfrentamento da violência há um comprometimento e sucesso na aplicação da lei, em muitos casos a atuação da Polícia e do Governo é lenta, discriminatória e ineficaz, com muitas mulheres sendo assassinadas mesmo após a denúncia formal de seus agressores. 

O enfrentamento da violência contra a mulher da periferia precisa ter um olhar diferenciado para as particularidades da mulher negra e da periferia, para que isto ocorra é imprescindível que o ESTADO esteja cumprindo sua parte e que os equipamentos de proteção a mulher estejam funcionando de forma eficiente. 

Além disso, precisamos sensibilizar toda a comunidade a não estimular culturalmente e a não aceitar passivamente a violência contra a mulher, e também a não replicar esta violência, como vem acontecendo com filhos de pais agressores.

Nós mulheres negras e da periferia vamos lutar pelo nosso direito de integridade física, por nossa autonomia econômica e pelo fim da violência contra a mulher. Nós vamos lutar pelos recursos públicos que temos direito para construir uma vida com dignidade e paz! 

Nada pode ser feito a mulheres com a coragem de mudar! 

Um abraço a tod@s!!

PAZ!! 

sábado, 6 de agosto de 2011

Relatório do Seminário de Políticas de Creche - Parte II

Diagnóstico das Creches Públicas e Comunitárias de Salvador 

Apesar do forte argumento de que o momento mais oportuno de se quebrar o ciclo de pobreza e maximizar a saúde, a educação e o potencial econômico de uma pessoa seja na infância, o município de Salvador, capital do estado da Bahia, vem demonstrando que a educação, e a educação infantil em especial, não é prioridade no seu projeto. Esta situação é fácil de se constatar, considerando a  quantidade de crianças fora das creches e a qualidade das creches públicas e comunitárias, principalmente nas periferias.

Adicionalmente, a ausência de proximidade e discussão com a comunidade sobre a situação das Creches Públicas e Comunitárias indica uma acomodação política no que se refere a execução da Política de Creches, principalmente com a população da periferia, em sua maioria negra.

Em oficinas realizadas pela Rede de Mulheres com mulheres, profissionais e usuárias de creches de 7 comunidades periféricas de Salvador, e posteriormente na Audiência Pública realizada no dia 13 de abril na Câmara Municipal de Salvador, houve um forte relato de que as creches tem uma estrutura física extremamente precária, professores e voluntárias carecem de qualificação e salários dignos e o acesso às creches é difícil e inseguro. Muitas crianças e professores não tem seu direito de frequentar as aulas respeitado devido a marginalidade e violência ao redor das creches.

A Prefeitura de Salvador possui 73 creches mantidas pelo município e 155 creches comunitárias cadastradas no Conselho Municipal da Educação (CME), conforme mapa ao lado. 

O IBGE divulgou em 29 de abril os resultados do Censo 2010, mostrando que no município de Salvador existem 165.269 crianças de 0 a 4 anos, porém, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT), o município de Salvador possui apenas 4137 crianças (2748 em tempo integral e 1389 em regime regular) matriculadas em 73 creches municipais.  Ou seja, apenas 2,5% das crianças de 0 a 4 anos que vivem na cidade de Salvador estão matriculadas nas creches municipais.

Além do grande déficit de vagas, as creches municipais também sofrem com problemas de infraestrutura, má qualificação pedagógica, funcionários mal remunerados e falta de materiais (brinquedos, mobiliário e limpeza) e alimentação para as crianças.  
  
As creches comunitárias surgem como um alternativa da própria população para tentar amenizar o problema de falta de vagas nas creches municipais e para a própria sobrevivência de muitas famílias. O número de crianças que as creches comunitárias de Salvador atende no município não é preciso e existe uma carência de pesquisa nessa área. 

Nós realizamos uma pequena pesquisa sobre as creches de Salvador. Nossos dados indicam grosseiramente que uma média de 150 crianças estariam sendo atendidas por cada creche comunitária nas periferias, se multiplicarmos este número por 155 que é o número de creches comunitárias cadastradas no CME teremos uma média de 23.250 crianças sendo atendidas por creches comunitárias na cidade de Salvador. Este número é 5,6 maior que o número de crianças atendidas pelas creches municipais. Desta forma, os dados grosseiramente indicam que um total de 27.387 crianças estariam sendo atendidas em creches na cidade de Salvador. Este valor corresponde somente a 16,57% do total de crianças de 0 a 4 anos que moram na cidade de Salvador.   

Precisamos analisar que milhares de crianças estão sendo cuidadas em casas por seus pais (pai ou mãe), tias, vizinhas, irmãs e avós, muitas são bem cuidadas pórem, muitas são maltratas, malnutridas, violentadas e não são estimuladas. Outras crianças estão entregues às ruas, à violência e à marginalidade.  Muitas mães, deixam de trabalhar ou estudar para cuidar de seus filhos e muitas, principalmente as mães negras e da periferia, não tem escolha, ou trabalham ou não tem como manter a sua sobrevivência e a de seus filhos. Nós precisamos mudar esta realidade.

Conforme a Constituição Federal é DEVER do Estado, fornecer educação gratuita e de qualidade em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 5 anos.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
IV - Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; 
§ 1º -  O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
  
Estamos nos organizando para lutar pelo nosso direito que é público. Não podemos ficar paradas!

A política e o controle social é a força que nos une e nos fortalece! Vamos discutir propostas e soluções efetivas para a Política de Creches em Salvador no dia 12/08/2011 na Faculdade Dom Pedro II às 8h!

Leia em breve a discussão do Papel Social das Creches Comunitárias aqui no nosso Blog! 

Muito Axé e um abraço a tod@s!!  

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Relatório do Seminário de Políticas de Creches - Parte I

A Mesa de Abertura trouxe as seguintes questões para discussão:


1. O papel do exercício da cidadania e do controle social na efetivação da democracia e garantia dos direitos coletivos;
2. O papel da Política de Creches para o empoderamento e a autonomia das mulheres;
3. O papel do Movimento de Mulheres e do Conselho Municipal das Mulheres na luta pelos direitos da mulher.
4. A importância da desculturalização da omissão dos homens do seu papel de cuidador e defensor dos direitos das crianças. A educação infantil é uma responsabilidade de todos e principalmente de pais e mães.
5. A preocupação com o desenvolvimento físico, psicológico, emocional e educacional de crianças que estão sendo criadas sem um acompanhamento familiar, pedagógico e nutricional adequado que garanta um ambiente seguro e saudável para o seu pleno desenvolvimento.
6. O papel das empresas privadas principalmente aquelas que possuem um grande número de funcionários e pais ( pais e mães) que precisam de serviços de educação infantil para poder manter seus filhos em um ambiente saudável e completar a sua jornada de trabalho.
7. A responsabilidade do ESTADO na garantia dos direitos da crianças, das mulheres e do bem-estar coletivo da população através da execução da Política de Creche existente.
8. Os programas existentes da Secretaria de Educação que podem servir de modelo a ser expandidos para outras comunidades.

O Diálogo com a Plenária traz as seguintes questões:

1. Por quais motivos a Secretaria de Educação não está atendendo as demandas das crianças que estão fora de creches na cidade de Salvador? Por que os recursos disponibilizados pelo Governo Federal através do Fundeb não estão sendo buscados e capitalizados para materialização das necessidades das crianças e da população?

2. Por que a responsabilidade da Prefeitura em disponibilizar recursos para as creches comunitárias nao está sendo efetivada? As creches comunitárias encontram-se em condições muito precárias de funcionamento. Como estão sendo utilizados os recursos municipais que devem ser utilizados na manutenção de creches comunitárias?

3.   A Creche Comunitária não é uma solução temporária para a alta demanda de vagas nas creches públicas e sim uma solução real para a necessidade da população. A falta de proximidade e preocupação da Prefeitura com a situação das Creches Comunitárias indica uma acomodação e aproveitamento político como forma de se abster de sua responsabilidade com a população.

4.   O que a Prefeitura está fazendo e como está sendo feita a expansão de projetos existentes para outras creches e comunidades? Como está sendo feita a divulgação desses projetos e como as creches existentes podem ser contempladas pelos atuais projetos de educação infantil da Prefeitura?
     
       Respostas dos componentes da Mesa de Abertura:
     
      A Mesa responde confirmando que segundo pesquisa realizada pela Rede de Mulheres a gestão atual não tem atendido as necessidades de  infraestrutura, de qualidade pedagógica e nutricional das creches e o número de vagas nas creches públicas/ comunitárias, segundo dados do IBGE, não atende a demanda.

     Foi relatado que os projetos da Secretaria de Educação estão sendo divulgados no site da prefeitura para consulta pela população.

     Os motivos pelos quais a Prefeitura não esta atendendo a demanda da população nas Políticas de Creche não foi respondido pela Mesa. Adicionalmente, foi frisado por uma componente da Rede de Mulheres que esta é uma questão que será discutida com mais detalhes no Seminário, inclusive se apontando soluções coletivas, legislativas, executivas, judiciais ou não, para a resolução desta questão.      
   
    Na segunda fase do Seminário discutiremos com a sociedade civil organizada, o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Conselho Municipal de Educação e a Secretaria de Educação soluções efetivas das atuais demandas da população para concreta efetivacao da Política de Creches na cidade de Salvador.

      O 2o. dia do Seminário de Políticas de Creche será dia 12 de agosto das 8h às 17h!
     
      Participe e ajude a construir um futuro melhor para muitas mulheres e crianças!!!  
     Em breve publicaremos outras importantes discussões resultantes do 1o. dia do Seminário de Políticas de Creche em Salvador!!!
     
      Relatório Seminário de Checre Parte II


Um grande abraço a tod@s!

Muito Axé!!!